A paisagem do bairro do
Tatuapé mudou rapidamente e de muitas formas no decorrer da sua história,
sempre se adaptando ao momento que a cidade atravessa. Como a maioria dos
bairros de São Paulo, o Tatuapé era uma grande área verde, que foi sendo
loteada.
Da região, me lembro de passear, quando criança, no
Piqueri que, à época, era uma chácara da minha família. Além de pomar e granja,
havia centenas de árvores de mais de 50 espécies e um lindo jardim francês.
Minha prima, que morava lá, contava que seus avós criavam búfalas para produzir mozzarela. Ainda me
recordo que a área da chácara ia até o barranco do rio Tietê. A área foi
desapropriada em 1976, incorporada ao patrimônio municipal e aberto ao público.
Hoje, o Parque do Piqueri é, em minha opinião, um dos
mais bonitos parques de São Paulo. Vale a pena visitar.
A presença italiana no Tatuapé sempre foi muito forte. No
século XIX, a chegada de imigrantes trouxe as vinícolas para a região, com
destaque para as famílias Marengo e Camardo, que hoje dão nome a ruas do
Tatuapé.
No fim dos anos 20, foi construído um dos grandes
símbolos do bairro: o Parque São Jorge, sede do time do Corinthians, que
conquistou torcida principalmente na zona leste de São Paulo.
Nos anos 60, quando a industrialização de São Paulo
estava no auge, o cenário do bairro mudou. Com as indústrias que ocuparam os
terrenos, vieram também os operários. Foi quando a Avenida Celso Garcia começou
a receber seus primeiros comércios e tornou-se o principal acesso da zona leste
ao centro da cidade – até a criação da Radial Leste, em 1972.
Hoje a paisagem do Tatuapé é outra. Áreas verdes,
fábricas e casas deram lugar a edifícios de alto padrão, faculdades, shoppings.
A Praça Silvio Romero, com muitos bares e restaurantes, atrai paulistanos de
todas as regiões. De manhã, ainda é o ponto de encontro dos moradores mais
antigos.
Com a valorização da região, quem mora no Tatuapé tem
opinião unânime: mesmo enfrentando a trânsito difícil na Radial Leste, não
troca o bairro por nenhum outro lugar de São Paulo.
Artigo de Andrea Matarazzo
Fonte: Diário de São Paulo
Publicado em 26/11/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário