Apesar de ser um bairro novo – comemorou 48 anos de existência em 2012
–, o Jabaquara é um lugar historicamente importante para a cidade.
Lá fica uma das casas bandeiristas – construções rurais em estilo
colonial – ainda preservadas em São Paulo. Construída em 1719, a Casa do Sítio
da Ressaca, ponto de origem do bairro, é tombada pelos órgãos de patrimônio e
hoje é ocupada por um centro cultural.
Ainda lembro da inauguração da estação de metrô Jabaquara, a primeira da
cidade, em 1974. Três anos depois foi fundado o Terminal Rodoviário, integrado
ao metrô. Com cerca de 13 mil m², é um dos mais importantes do Estado, com mais
de 500 embarques diários. Mas a demanda já cresceu e o terminal precisa ter
seus acessos redimensionados para aumentar sua capacidade de atendimento.
Uma ação importante feita no Jabaquara quando eu estava na Secretaria de
Subprefeituras foi a revitalização da Praça Barão de Japurá, a primeira 100%
acessível de São Paulo. Com acessos adaptados, a praça permite que cadeirantes
e pessoas com mobilidade reduzida circulem por todos os espaços. Até os
brinquedos foram adaptados para que crianças com e sem deficiência brinquem
juntas. Na mesma época, outras praças foram recuperadas, como a Rosa do Amor.
Apesar de estar perto do Parque do Estado e do Jardim Botânico, sempre que vou
ao Jabaquara, sinto falta de espaços verdes. Quando passo pela Avenida dos
Bandeirantes, penso que os canteiros poderiam ser transformados em áreas de
lazer para a população.
O Jabaquara é um bairro em que o investimento em espaços públicos já
existentes é importante, como o Clube Escola – onde estive algumas vezes
assistindo partidas de gateball, esporte tradicional da comunidade japonesa. Lá
também tem o Centro de Esporte, Cultura e Lazer no Parque Estadual Fontes do
Ipiranga, onde o Governador Geraldo Alckmin planeja construir uma escola
técnica estadual, ETEC. São ações como essa que podem melhorar os problemas
sociais do bairro, que conheci de perto quando realizamos, com bons resultados,
a Virada Social na Favela Alba, juntando ações de segurança e de cidadania. Por
meio de educação, lazer e cultura, é possível dar nova vida ao Jabaquara,
bairro tão significativo para São Paulo.
Artigo de Andrea Matarazzo
Fonte: Diário de São Paulo
Publicado em 18/02/2012
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