Bairro privilegiado e um dos mais
novos de São Paulo, a Aclimação passa por um momento de transformação. De um
lugar bucólico, de sobrados antigos e casas geminadas, está se tornando uma
área de grandes edifícios, com mais comércios e cada vez mais moradores.
Mas essa mudança não tirou o
encanto do bairro. Mais do que a proximidade com a Avenida Paulista, a recente
valorização da Aclimação tem vários motivos. Um dos mais importantes é o Parque
da Aclimação, uma linda área de mais de 100 mil metros quadrados, que é um dos
marcos da fundação do bairro.
Foi em 1892 que o médico Carlos
Botelho adquiriu a área chamada de Sítio Tapanhoin para realizar o sonho de
criar a réplica do Jardin d’Acclimatation – de onde vem o nome do bairro –,
local dedicado à aclimatação de animais exóticos e para a realização de experiências
de reprodução de espécies. Mas ele foi além das suas vontades científicas e
criou ali um grande complexo de lazer, onde funcionou o primeiro zoológico da
cidade. Também havia um bosque, lagos, salão de baile, aquário e parque de
diversões.
A partir da fundação do Parque,
ainda no começo do século XX, as ruas do bairro começaram a ser abertas.
Primeiro, na direção da Praça General Polidoro, vieram as ruas com nomes de
pedras preciosas, como a Avenida Turmalina e as Ruas Topázio e Diamante. Já no
sentido da Rua Nilo, os nomes vieram do sistema solar: Júpiter, Urano e
Saturno.
Em janeiro de 1939, os herdeiros
de Botelho, com dificuldades financeiras, venderam a área do Parque para a
Prefeitura, que o tornou público. Tombado pelo patrimônio histórico, atualmente
está passando por um processo de restauração. Mas é um dos mais importantes da
cidade, com um público de cerca de 5 mil pessoas por fim de semana.
Hoje, a Aclimação não tem mais a
tranqüilidade de seus primeiros anos. Mas apesar das mudanças causadas pela
expansão imobiliária, as ruas arborizadas e com pouco trânsito ainda
caracterizam o bairro, como o Parque, um dos lugares obrigatórios para conhecer
na nossa cidade.
Artigo de Andrea Matarazzo
Fonte: Diário de São Paulo
Publicado em 17/09/2011
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