No extremo oeste de São
Paulo, o Butantã é um dos bairros que mais crescem na cidade. Ao andar na
região, pude notar o quanto se desenvolveu nos últimos anos, impulsionado
pela chegada do Metrô. A proximidade com a USP e o aumento na oferta de
serviços levaram muita gente a escolher o Butantã para morar. Mesmo em
fase de rápido crescimento, a região conseguiu manter seus marcos históricos
e suas áreas verdes. Só a USP tem mais de 1,6 milhão de m² de grama e árvores e
a região ainda conta com os parques da Previdência, Raposo Tavares e Luis
Carlos Prestes. A história também está preservada. Nos séculos 17 e 18, o
Butantã foi rota de bandeirantes em direção ao interior e, até hoje, estão
presentes marcas dessas passagens na Casa do Bandeirante, que fica na
Praça Monteiro Lobato, e a Casa do Sertanista, na Praça Enio Barbato, fechada
para restauro.
O Instituto Butantan é outro
lugar histórico, fundado em 1901, após uma epidemia de peste bubônica. Para
produzir o soro contra a doença, foi construído um laboratório, coordenado por
Vital Brasil – que dá nome a importante rua do bairro. Hoje, é um dos
maiores centros de pesquisas biomédicas do mundo e produz 80% das vacinas
do país. Recentemente, parte do acervo foi destruído por incêndio. Mas é
um lugar que vale a pena ver pelos museus, pelo serpentário e pelo
parque.
Também recomendo a visita à Cidade
Universitária, para uma caminhada ou para conhecer os centros culturais, como o
Paço das Artes, fundado em 1970, e o MAC, que foi criado há quase 50 anos, com
a coleção particular de Francisco Matarazzo Sobrinho. Gostaria de ver, um dia,
os muros da USP na Marginal Pinheiros trocados por grades, para que mais
pessoas pudessem aproveitar a paisagem. Há muito a ser feito na
região. Ainda assim, o Butantã tem o mérito de acompanhar o crescimento de São
Paulo, preservando seus patrimônios históricos e ambientais.
Artigo de Andrea Matarazzo
Fonte: Diário de São Paulo
Publicado em 23/07/2011
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